A forma como nos enxergamos no mundo influencia a maneira como lidamos com os resíduos que produzimos
O Brasil é conhecido como um dos maiores produtores de lixo do mundo, fator que acontece devido à grande extensão territorial do país e amplo contingente populacional. Infelizmente, em 2022, o Brasil reciclou apenas 4% das mais de 81 milhões de toneladas de resíduos produzidos, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. No dia 17 de maio é comemorado o Dia Mundial da Reciclagem, data em que se reforça a importância do reaproveitamento de resíduos e levanta o questionamento sobre como nós lidamos com o lixo que produzimos.
Nesta data, é importante olharmos para todo o lixo que geramos, sejam os resíduos físicos ou aqueles emocionais, que ficam pairando sobre nosso pensamento. A única opção possível, sustentável e saudável para ambos é a reciclagem. É preciso assumir a responsabilidade pelo impacto que estamos gerando no meio ambiente, nas nossas relações e, em primeiríssima instância, nas nossas próprias vidas.
Heloísa Capelas, mentora de líderes e uma das maiores especialistas em autoconhecimento e inteligência emocional do Brasil, em seu livro “Inovação Emocional: Estratégias para que seu impacto no mundo construa resultados saudáveis, fortes e perenes”, questiona como podemos dar início a um processo intenso e sustentável de inovação a partir de nós mesmos.
”Para inovarmos a maneira como gerenciamos nossas emoções e comportamento, é fundamental que o primeiro passo seja assumir a responsabilidade por nossas decisões e os desdobramentos que elas podem gerar. O lixo emocional é a causa e consequência dos comportamentos negativos, compulsivos e automáticos. Estamos engajados em formas inconscientes de reagir aos acontecimentos, espalhando nosso lixo emocional por aí, contaminando a nós mesmos e as nossas relações”, afirma a autora.
“Infelizmente, ainda temos a mania de tirar nossa responsabilidade sobre o lixo domiciliar que produzimos e que gera danos irreparáveis ao meio ambiente, um comportamento nocivo e que, muitas vezes, reflete como estamos por dentro”, detalha Heloísa.
“Em meio ao lixo, temos dificuldade de enxergar e aceitar a nossa responsabilidade, por isso continuamos engajados com os mesmos hábitos nocivos para consigo, com os outros e, consequentemente, com a sociedade. As pessoas pagam um preço alto por esses comportamentos, assim como pelo sofrimento que vivem quando continuam comprometidas com vícios, ressentimentos, mágoas e tantos outros sentimentos negativos que as prejudicam.”
Heloísa Capelas ressalta ainda que a chave para romper com estes padrões e, efetivamente, buscar a reciclagem de emoções, é a autopercepção. É preciso enxergar a forma em que você age no dia a dia, tomar consciência dos próprios comportamentos e, principalmente, parar para refletir sobre a origem deles e dos sentimentos que você carrega. A partir daí, a busca pelo autoconhecimento levará a respostas e caminhos de mudança.
Inovação Emocional: Estratégias para que seu impacto no mundo construa resultados saudáveis, fortes e perenes