Num festival que exibiu na tela grande mais de trinta filmes para a população da Lapa e região, que não dispõe de salas de cinema, o grande vencedor foi o longa-metragem “Silvio”, embora “De Repente, Miss!” tenha levado o Troféu Tropeiro de melhor filme.
O filme sobre o sequestro de Silvio Santos recebeu os prêmios de melhor direção, para Marcelo Antunez, melhor ator para Jhonnas Oliva; melhor ator coadjuvante para Vinícius Ricci; melhor montagem para Renato Lima e ainda melhor direção de arte para Antônio de Freitas.
MULHERES EM ALTA
As mulheres imperaram em “De Repente, Miss!”, que tem direção de Hsu Chien. O filme ficou com os prêmios de melhor atriz, entregue para a comediante Fabiana Karla, e de atriz coadjuvante para Polly Marinho, que está se tornando a queridinha do festival ao receber o mesmo prêmio duas vezes seguidas; no ano passado, levou o troféu por “Desapega”, também dirigido por Hsu Chien, agraciado então como melhor diretor.
O Tropeiro de melhor roteiro também foi para uma mulher, Dani Valente; e o de melhor som para Eric Ribeiro Christani. “Férias trocadas”, dirigido por Bruno Barreto, foi escolhido melhor filme pelo júri popular e levou o prêmio de melhor fotografia, para Carina Sanginitto.
PRÊMIO ESPECIAL
Mas a grande sensação da cerimônia de premiação, na noite de domingo, parece ter sido mesmo o documentário “Ninguém é campeão sozinho”, agraciado com o prêmio especial do júri oficial. O filme narra a ascensão de um lapeano que orgulha a cidade e a numerosa família Pierin que permanece na região. O autor da frase que deu nome ao filme é do próprio retratado, o goleiro Lalá que jogou ao lado de Pelé, Zito, Coutinho e Pepe na fase lendária do Santos Futebol Clube.
O Festival de Cinema da Lapa premiou ainda o melhor filme infantil, entregue para “Meu Nome é Maalum, que tem direção de Luiza Copetti; o melhor diretor nesta categoria, que foi para Douglas Alves Ferreira, por “A Baleia Mágica”. Na categoria de curta-metragem paranaense, foi premiado com menção honrosa o filme “Mulheres Indígenas da BR 277”, que tem direção de Taylla Sirino e aborda a realidade das populações indígenas paranaenses. Já o prêmio de melhor curta foi para o já premiadíssimo “Bença”, de Mano Cappu. E Gabriel Lachovski recebeu o prêmio de melhor diretor por “Pano pra Caetano”.
Assumindo uma função de divulgação artística mais completa, o Festival de Cinema ofereceu ao público da Lapa uma confluência de cultura, educação e turismo. Shows musicais – dos também atores Daniel del Sarto e Danilo Mesquita – fizeram sucesso ao lado de cursos, palestras, oficinas e workshops. Na área de educação e formação de plateia, o Festival premiou filmes realizados em oficinas práticas por alunos das escolas estaduais Colégio São José e no Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola.
Fotos: Zuca Alvino