Startup brasileira amplia as ferramentas de descarbonização ao incluir a economia circular nas discussões, o que abre oportunidades relevantes na agenda climática do país
Em um momento em que o mundo se volta para soluções de baixo carbono, a Green Mining, startup brasileira pioneira em logística reversa inteligente, será uma das responsáveis por representar o setor de reciclagem nas discussões sobre descarbonização na COP30, principal evento do planeta sobre mudanças climáticas. Isso simboliza a inserção definitiva da economia circular nas mesas de negociação. Em recente iniciativa inédita no país, a empresa submeteu um de seus projetos, a Estação Preço de Fábrica, à certificadora Gold Standard, no primeiro Project Design Document (PDD) brasileiro para a geração de créditos de carbono a partir da reciclagem.
O projeto prevê a geração de 260 mil toneladas de créditos de carbono ao longo de 20 anos, com potencial de movimentar mais de R$2,8 bilhões por ano, impulsionando o reconhecimento da reciclagem como nova fronteira econômica do clima. Além de reduzir emissões, o modelo reforça o elo social da transição climática ao valorizar os catadores e promover inclusão produtiva, garantindo remuneração justa e dignidade para quem atua na base da cadeia.
Vale destacar que a retirada de matérias-primas virgens na natureza é um dos maiores responsáveis pelo aquecimento global. Segundo o Global Resources Outlook 2019 (UNEP/IRP), mais de 50% das emissões de GEEs (Gases do Efeito Estufa) provêm dessas atividades. Por isso, evitar a extração do recurso natural (um dos principais objetivos da reciclagem) é uma maneira relevante de reduzir as emissões de carbono, o que coloca a pauta em evidência.
“Ao levar esse tema para um espaço de relevância internacional, a Green Mining reforça a importância do setor na redução de emissões de gases de efeito estufa, na geração de renda e na transformação de modelos produtivos. Isso não apenas amplia o debate climático, conectando temas como descarbonização, justiça social e inovação, mas dá ao setor a importância que ele deve ter, como um pilar fundamental na transição rumo à economia de baixo carbono”, explica o CEO Rodrigo Oliveira.
O projeto contribui diretamente para diversificar as fontes de créditos de carbono no Brasil. Historicamente concentrado em projetos florestais, o mercado tem, agora, a oportunidade de reconhecer o valor climático da reciclagem e dos profissionais que fazem tudo acontecer. “Com tecnologia própria e um modelo de logística reversa que garante transparência em toda a cadeia, sempre trabalhamos para gerar incentivos que levem à evolução desse mercado no Brasil”, reforça o executivo.
Com isso, Green Mining reforça um movimento global necessário e irreversível: o da transição para um modelo econômico que reconhece o valor do resíduo como recurso e o ser humano como agente de transformação. Ao apresentar um projeto inédito capaz de gerar créditos de carbono a partir da reciclagem, a startup consolida o papel do Brasil como laboratório de soluções climáticas que unem impacto ambiental, social e tecnológico. Essa abordagem amplia as ferramentas disponíveis no mercado de carbono e demonstra que inovação e inclusão podem e devem caminhar juntos.

