Cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil, segundo o Ministério da Saúde
O Dia Mundial do Alzheimer, celebrado em 21 de setembro, traz à tona discussões essenciais sobre uma das doenças neurodegenerativas que mais afetam a população idosa em todo o mundo. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Já estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números globais poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, em função do envelhecimento da população.
O Alzheimer – caracterizado pela perda progressiva de memória e funções cognitivas -, impacta não só os pacientes, mas também suas famílias e cuidadores, exigindo atenção integral e tratamentos multidisciplinares para garantir qualidade de vida, de acordo com a médica gerontóloga Carla Lagomarsino do Versania Seniors Club, residencial para hospedagem temporária ou permanente para idosos em Curitiba (PR) que integra a multinacional espanhola Keralty.
De acordo com a especialista, entre os primeiros sintomas mais comuns da doença estão: dificuldade em lembrar-se de eventos recentes, desorientação espacial, alterações de humor, problemas na linguagem e, até, a perda de autonomia. “O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar um acompanhamento terapêutico que retarde a progressão da doença e melhore a qualidade de vida do paciente”, afirma.
A médica ressalta que um dos principais sinais de alerta em relação à mudança de comportamento de quem está com Alzheimer são: tristeza, prostração, irritação, agressividade verbal, falta de vontade de fazer coisas rotineiras, como tomar banho e isolamento.
Em relação ao tratamento do Alzheimer há diferentes abordagens, como a terapia cognitiva, que tem ganhado cada vez mais espaço no manejo da doença “Essa terapia busca estimular as funções cerebrais do paciente por meio de atividades que envolvem memória, atenção e habilidades motoras, proporcionando uma maior autonomia por mais tempo”, explica a médica.
A musicoterapia, por exemplo, ajuda o estímulo cognitivo. No Versania Seniors Club, ela é parte integral do tratamento de pacientes com Alzheimer, contribuindo para a melhoria da atenção, comunicação e interação. As sessões envolvem o uso de músicas familiares ao paciente, o que pode despertar lembranças e proporcionar momentos de alegria e tranquilidade. “A música ajuda a reduzir a ansiedade, a depressão e, muitas vezes, até as manifestações de agressividade, comuns em pacientes com essa doença,” comenta Carla.
Além da musicoterapia, os hóspedes do Versania Seniors Club que foram diagnosticados com Alzheimer também participam de várias atividades lúdicas que envolvem jogos, brincadeiras e exercícios cognitivos. “Eles ajudam a ativar áreas do cérebro responsáveis pela retenção de informações e pela capacidade de organização mental, promovendo uma interação mais dinâmica e divertida com os pacientes”, afirma a médica.
A gerontóloga explica que as atividades são desenvolvidas conforme os graus de demência. No caso de grau intermediário, os pacientes são envolvidos com distrações como, jogos de memória, peças para montar, além de caminhadas, passeios e exercícios que são feitos em cadeiras e em grupo, que visam melhorar o equilíbrio e coordenação motora. Há também sessões de arteterapia, pintura e oficinas de costura, bijuteria e maquiagem.
Hoje, o Versania Seniors Club hospeda 106 idosos, sendo a maior parte mulheres.