Precisei de mais de quarenta anos para entender o motivo pelo qual suportei situações das quais discordo e que já evito a todo custo em minha vida amorosa. Sem saber, era guiada pelo instinto materno e desejo reprodutivo, duas forças que até reneguei de forma consciente, por também entender que além de ser algo eletivo, meu trabalho e carreira me bastavam e me entregavam a plenitude da qual eu precisava para viver feliz.
Ocorre que somos movidos pelo inconsciente, esta força imensa e desconhecida…Assim, encerrava relações que não faziam sentido para mim, sem encerrar ciclos que deveriam servir apenas de aprendizado e passagem para o próximo nível de dificuldade ou lição. Mas, que foram perdurados porque tinham um motivo muito mais forte que os conscientes para existir.
Diante desta cegueira que me fez sofrer desnecessariamente, recomendo a todas as mulheres que tenham filhos o quanto antes possível! Isto porque, ficou muito claro para mim que o nascimento do meu filho Benjamin me libertou intimamente de situações, pessoas e padrões que estão aquém do que sei que posso e devo viver.
Sem ser pedante, arrogante ou nutrir qualquer sentimento de superioridade ou supervalorização! É bem mais simples que tudo isso….Tem a ver com a certeza íntima de que o afeto que há entre mãe e filho é tão imenso e qualificado, que cria um abismo insustentável para tudo que não é legítimo, verdadeiro, consistente e recíproco. A maternidade filtra os afetos para dar a cada um apenas o espaço que merece, sem promover ilusão à realidade, banalidade a privilégio. Então, certas pessoas perdem completamente a razão de existir na vida de uma mulher que se torna mãe.
Diante disto, por qual motivo muitas mulheres permanecem casadas com parceiros que se revelam âncoras em suas vidas? Simples! Além do dinheiro necessário para manter filhos não ser pouco, é preciso muita coragem para criá-los sem a presença constante dos respectivos pais. Porque o compromisso de manter um bebê íntegro exige postura de prontidão durante 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Bebês podem acordar, precisar trocar fraldas, tomar banho, trocar roupinhas, comer, chorar e serem embalados em momentos nos quais a maior parte das pessoas trabalha duro! Sem contar no sono prejudicado quando tudo isto acontece a noite ou de madrugada…
A tudo que mencionei, somem também a necessidade de supervisão permanente quando a criança precisa explorar a casa para se desenvolver, se movimentando através de diversas situações de risco, como se apoiar na cristaleira, em bases de baquetas giratórias, se aproximar do fogão em uso ou mesmo da privada do banheiro, só para citar alguns dos muitos exemplos de perigos encontrados na própria casa…
Enfim, quando esta etapa chega nem um xixi conseguimos fazer em paz. Ontem mesmo, peguei Benjamin quase comendo a espuma que enche o encosto do sofá quando voltava do banheiro….Mesmo dentro do cercadinho improvisado as variáveis de risco são muitas, o sossego é ilusório e o estresse garantido! De modo que pagar as contas e manter o padrão de vida enquanto cuida do bebê e da casa se torna impossível! Quem assume as três funções simultaneamente tem prejuízos sentidos na conta bancária e também na saúde física e mental.
Por isso, um filho demanda bem mais que dinheiro. Cada criança demanda também rede de apoio, supervisão de dois adultos simultaneamente. Até porque, vai haver um momento que um deles vai precisar ir ao banheiro, atender um telefone ou interfone, preparar uma refeição, limpar e casa, além de trabalhar. Enquanto digito estas linhas, por exemplo, conto com a babá “Galinha Pintadinha”. Aliás, acho que os inventores deste desenho merecem todos os prêmios!
Mas, mesmo sendo fascinante para crianças até ela tem prazo de validade…Não demora, Ben se sente entediado e demanda a minha atenção. Com isto, corroboro o entendimento de que muitas pessoas estendem o casamento “apenas” para a divisão das contas e dos cuidados com os filhos, até eles passarem desta etapa mais crítica.
Então, como prescindir do pai, quando faltar a parceria que sustenta um casamento sadio e feliz para ambas as partes? Ficar rica o quanto antes possível ou pelo menos, poupar dinheiro de modo a manter o mesmo padrão de vida original, independente de ter ou não trabalho no mesmo volume que antes da gestação. Mas, será que isto é justo? Óbvio que não! Afinal, a mãe não fez a criança sozinha e já somou à própria vida as atribuições amamentar e cuidar do filho como ele merece, o que – por si – já tira dela a possibilidade de trabalhar ainda mais que antes com a finalidade de segurar o aumento da despesa sozinha!
A lei é clara no sentido de cobrar do pai o pagamento de pensão para os filhos. Os que se negam a fazê-lo de forma espontânea dificultam a própria vida em um nível bastante desnecessário, para dizer o mínimo. Mas, cada qual escolhe seu caminho. Há os que optam pelo discernimento e responsabilidade voluntária e os que preferem ser obrigados, sob pena de muitas sanções, inclusive a da própria liberdade.
Seja qual for o caso, convém lembrar da máxima usada pelas companhias aéreas: “Em caso de despressurização, coloque a sua máscara primeiro e só depois acuda os demais!”.
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quinta-feira, novembro 21