O Dia Internacional do Idoso, realizado em 1.º de outubro, é uma ocasião importante que confirma e valoriza as contribuições das pessoas idosas para a sociedade em todo o mundo. Este dado foi estabelecido pelas Nações Unidas em 1990, como uma maneira de conscientizar sobre os desafios e as questões que afetam a população idosa e promover o envelhecimento saudável e ativo.
Até meus dados de corte em setembro de 2021, o envelhecimento da população era uma tendência global e nacional, com um aumento significativo na proporção de pessoas idosas em comparação com as décadas anteriores. No entanto, é importante observar que esses números podem ter mudado desde então. Vou fornecer uma visão geral das tendências até aqueles dados:
Mundialmente
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, estima-se que cerca de 9% da população mundial tinha 65 anos ou mais.
As projeções indicam que esse número continuará a crescer nas próximas décadas, devido a fatores como maior expectativa de vida e taxas de natalidade decrescentes.
Nacionalmente (no Brasil, por exemplo):
O Brasil também estava experimentando um rápido envelhecimento de sua população. Em 2020, cerca de 9% dos brasileiros tinham 65 anos ou mais, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A expectativa era que essa proporção continuasse a crescer nas próximas décadas, colocando desafios e oportunidades para a sociedade em políticas públicas, cuidados de saúde e previdência social.
É importante ressaltar que esses números são uma representação da situação até 2021 e que as estatísticas podem ter sido alteradas desde então. O envelhecimento da população é uma característica global que está evoluindo a dinâmica demográfica em muitos países, exigindo respostas adequadas para garantir a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas idosas. Portanto, é essencial consultar fontes atualizadas e dados recentes para obter informações precisas sobre essa tendência.
Falei sobre o tema com Anderson Cruz, advogado, educador, palestrante e ativista social que trata de temas sobre o meio ambiente, política, cultura, comportamento, jurídico e direitos sociais.
Cla Ribeiro – Anderson Obrigado por nos encaixar e disponibilizar seu tempo para essa entrevista, pode nos contar um pouco mais sobre você e sua atuação no direito.
Anderson – Obrigado pelo convite e pela oportunidade. Geralmente, a formação jurídica leva os operadores do direito a uma visão bem específica de determinados assuntos. Entretanto, é necessário entender que mesmo havendo o estudo das regras e sua aplicação na sociedade, não é possível deixar de entender a relação do direito com diversos aspectos da população.
Segundo fator é que me defino como um advogado militante em direitos sociais, pois temos uma constituição que nos dá as garantias e direitos humanos no sentido amplo, que é fundamental para trazer dignidade as pessoas e ao mesmo tempo, na condição de operador do direito trazer a quem necessita a efetivação legal destes direitos.
Terceiro ponto, toda a bagagem trazida ao longo do tempo, seja como educador, seja como advogado, palestrante, ou agente político, traz conhecimento e experiência de vida que podem ser disponíveis a população em geral. Assim sendo, a visão de um advogado não pode ser engessada como apenas um decorador de normas e regras, deve ser compreensível para melhorar a convivência publicação e a diminuição de conflitos sociais.
Cla Ribeiro – Nessa semana que valorizamos toda a contribuição e importância do idoso. Como você enxerga esse movimento mundial do envelhecimento da população e como estamos ou não preparados para esse movimento? Um tema tão necessário, e ainda delicado para a sociedade no geral!
Anderson – Os governos dos países do mundo em geral não estão preparados para entender o envelhecimento da população. Não considero um movimento. O envelhecimento da população é uma tendência natural pois se percebe que com os avanços sociais, tecnológicos e científicos, as pessoas vivem mais.
Uma outra coisa. A própria população precisa ser educada, comprometida e orientada para a questão do envelhecimento, pois é importante que haja uma melhor interação com a população idosa e o mesmo tempo, oferecer condições que estas pessoas possam viver buscando o bem estar pleno.
Para tudo isso, temos que investir em educação e informação permanente para que a pessoa idosa tenha seu espaço garantido e respeitado.
Cla Ribeiro – O que o idoso precisa saber no que se refere aos direitos dele como cidadão na maturidade? O que, na verdade, todos precisamos saber, porque pretendemos chegar lá e não demora muito.
Anderson – A população idosa tem assegurada a garantia de renda, isenção em taxas e prioridade em atendimento de serviços públicos que podem ser reivindicadas em qualquer lugar do Brasil.
Porém, se considerarmos que a expectativa de vida nos dias de hoje é maior, vamos viver mais que nossos antepassados.
Mas principalmente, é a pessoa idosa ter a certeza que seja com a idade que for, ela vai continuar ser quem ela quiser, com a sua autonomia e identidade assegurada.
Cla Ribeiro – O que você como advogado, atuante e preocupado com questões sociais tem feito para impactar a sociedade num geral e é claro em especial nesse tema do direito do idoso?
Anderson – Principalmente orientar a comunidade sobre os direitos sociais consagrados pela Constituição.
Nessa atuação explicar a Lei Federal 10.741/2003, o “Estatuto do Idoso”, que direciona alguns direitos já estipulados na constituição e garantindo outros novos para essa população.
Outro ponto importante, procuro orientar e fomentar o envelhecimento ativo cujo objetivo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas, que requerem cuidados.
Sabe, Cla , temos um problema muito grande ao abordar esses assuntos de políticas públicas sociais. Num primeiro momento, as tratamos de formas isoladas. Por exemplo, eu não posso tratar o Estatuto do Idoso de forma isolada, quando há também o Estatuto da Criança e Adolescente. Ambos os dispositivos legais, dão aos seus destinatários a prioridade no atendimento e a destinação de políticas públicas.
Agora, importante é destacar a população como um todo. Para viver melhor invista em si mesmo e no próximo. Cuide de sua saúde mental e física.
Outro ponto. Se puder, faça uma educação financeira e tenha condições de ter renda após os 65 anos. Pois nessa faixa etária é o momento que mais precisará de recursos financeiros.
Cla Ribeiro – Qual a mensagem que pode deixar para nossos leitores que já se encontram nos 4 continentes, uma mensagem de conscientização nessa semana que o idoso está em evidência, mas que precisamos estender para todo o ano.
Anderson – Lembrar que: Todos nós seremos idosos um dia, se seguirmos o fluxo natural da existência humana. Envelhecer é processo vital, entretanto, sentir-se velho é um processo emocional.
Por tanto, devemos nos conscientizar que sempre se faz importante que sobre a pessoa idosa é a promoção da saúde mental e física, descontração, alegria, bem-estar, inclusão social e ferramenta do combate à violência.
O objetivo dessas da promoção destas atividades na sociedade é estimular a valorização da pessoa idosa, para não deixar a população acima de 60 anos esquecida e informando sobre seus direitos.
Cla Ribeiro – Anderson, obrigado por essa rápida importante entrevista, e convidamos nossos leitores a compartilhar opinar sobre essa entrevista para o maior número de pessoas possível, o que nos ajuda a trazer mais e melhores conteúdos todos os dias.