O diagnóstico de neurodivergência, seja em crianças quanto em adultos, é um tema que tem ganhado cada vez mais visibilidade, isso porque o que poderia ser processo de autoconhecimento para algumas pessoas, acaba enfrentando desafios devido aos estigmas sociais. Criar uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todas as pessoas, independente de sua neurodiversidade é uma jornada que envolve não apenas a conscientização, mas também práticas de integração de pessoas autistas em ambientes como o mercado de trabalho.
Algumas ações inclusivas sugeridas por Cris Kerr, especialista em diversidade e inclusão e fundadora da CKZ Diversidade são:
Conscientização sobre a neurodiversidade, especialmente o TEA: é fundamental educar as pessoas, sejam elas do RH, de cargos de gestão e mesmo colaboradores, sobre a neurodiversidade, isto é, dos variados funcionamentos cerebrais e a compreensão de que o TEA não é uma doença, mas sim uma condição neurológica que afeta a comunicação, interação social e comportamento.
Práticas inclusivas e ambientes de trabalho acessíveis: significa adotar políticas e práticas que permitam a participação plena e equitativa das pessoas autistas no ambiente de trabalho. Isso inclui desde a concepção de espaços físicos acessíveis até a implementação de programas de inclusão e apoio.
Adaptação de processos seletivos para atender às necessidades das pessoas autistas: é preciso modificar os processos de recrutamento e seleção para garantir que sejam inclusivos e considerem as necessidades e habilidades das pessoas autistas. Isso pode incluir entrevistas estruturadas, comunicação clara sobre as etapas do processo seletivo e flexibilidade na avaliação de habilidades.
Fornecimento de suportes e recursos adequados para garantir a inclusão: oferecer recursos como treinamentos especializados é essencial para a inclusão de pessoas neuroatípicas, assim como investir em mentorias, adaptações no ambiente de trabalho e tecnologias assistivas para ajudar as pessoas autistas a desempenharem suas funções de maneira satisfatória.
Valorização das habilidades únicas das pessoas autistas, como o hiperfoco: reconhecer e valorizar as habilidades específicas das pessoas autistas, como o hiperfoco (capacidade de se concentrar intensamente em um assunto de interesse), e proporcionar oportunidades para desenvolver e utilizar essas habilidades de forma produtiva no ambiente de trabalho.
“É essencial que as organizações adotem práticas inclusivas, oferecendo ambientes de trabalho acessíveis e adaptando processos seletivos para acomodar as necessidades das pessoas autistas”, completa Cris Kerr, que oferece treinamentos com o objetivo de criar ambientes corporativos mais humanizados.
CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada com 16 anos de atuação em Inclusão & Diversidade, escritora, professora da Fundação Dom Cabral, mestra em Sustentabilidade pela FGV. Foi pioneira no tema D&I com o lançamento em 2010 do Super Fórum Diversidade & Inclusão, que está indo para a 13ª edição, e tem como propósito apoiar as corporações a construírem ambientes mais diversos e inclusivos, tornando-as mais inovadoras e sustentáveis. Cris também é autora do best-seller Viés Inconsciente e Cultura Organizacional Livre de Assédio.